Ciao, Brasile!

Pé na estrada
Este mês começam pra valer as férias dos italianos que se misturam nas estradas, aeroportos e ferrovias com milhares de alemães, austríacos, dinamarqueses e por aí vai, que lotam hotéis, restaurantes, museus, igrejas e praças públicas da Itália. Os estudantes ainda repousam até metade de setembro, enquanto a maioria dos trabalhadores volta ao batente na última semana de agosto. As férias trabalhistas no verão são de três semanas, mais uma que se soma entre Natal e Epifania (8 de Janeiro).

Então, a todos os brasileiros que cruzam os braços a partir desta semana, boas férias !

Ônibus baratinho
Depois dos vôos low cost (baixo custo), que viraram uma febre em aeroportos e céus europeus, chegou a vez do transporte terrestre baratinho.
Neste verão, algumas empresas criaram os ônibus low cost. Na prática, levam passageiros das cidades para o mar por preços vantajosos. Vale aqui, assim como para as passagens aéreas, ficar ligado à internet e na hora certa comprar o bilhete em promoção.

Viagens de 200 quilômetros, por exemplo, podem custar só 5 Euros que, fora da “queima de estoque”, custariam cinco vezes mais.

Os ônibus baratinhos são o alvo de jovens mochileiros e de aposentados.

Marasca e Cia
Cerca de 70 pessoas da cidadezinha onde moro, no Nordeste da Itália, se emocionaram com o gaúcho de Garibaldi, Valmor Marasca e a sua gaita. O cantor gaiteiro, que já gravou um CD no Estúdio Play, em Criciúma, durante duas horas ao lado do compositor e cantor italiano Giorgio Fornasier, contou piadas, tocou e cantou músicas inesquecíveis para os descendentes de imigrantes italianos.

Há um mês em giro pelo Nordeste e Norte da Itália, de onde partiram os italianos que colonizaram o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná no final de 1800 e inicio de 1900, o gaúcho apresentou seu show “Strappintare em terre nuove” (Replantar em novas terras).

A saga italiana
Se confudem as histórias dos italianos da região Nordeste e as dos três estados do Sul. O compositor Italiano Fornasier lembrou a saga de muitos italianos miseráveis que nada deixaram aqui, para tentar a sorte do outro lado do Atlântico, ao narrar passagens de mortes no mar, tragédias, promessas e sonhos.

Lembrou, por exemplo, o naufrágio do navio Sírio, em 1906, na costa espanhola e as centenas de mortes. Gente que sonhava com a Nova América. E arrancou risadas ao lembrar que emissários do governo brasileiro passavam nas cidades vendendo promessas e dizendo que, nos trópicos, nem pecado existia!

Ou ainda que circulavam com abacaxís, bananas e salames pendurados nas costas dizendo que coisas assim, apetitosas, vinham nas árvores, em qualquer lugar. Para quem enfrentava o frio e a fome, uma imagem de sonho.

Os anos e a história contam, ao contrário, uma saga bem diferente daquela apregoada pelos emissários do Rei.

Xô, esmoleiro!
Virou lei: em algumas cidades turísticas da Itália, como Verona e Veneza, está proibido pedir esmolas nas áreas de grande fluxo de turistas. Quem não obedecer, será multado em até 50 Euros (mais ou menos R$ 140,00), o que siginifica que, se penalizado, terá que esmolar muito depois para saldar o débito com a prefeitura.

Os prefeitos alegam que os esmoleiros – e não só – incomodam os turistas e, claro, danificam a imagem das cidades. Também está proibida a venda de bilhetes de ajuda a instituições voluntárias.

A ordem é clara: os pedintes que cantem suas lamúrias em outras freguesias.

Sempre ela…
Alguns noivos ainda preferem chegar e sair da igreja ou do cartório com a inesquecível Cinquecento, a maquininha que a Fiat inventou nos anos 50 e que ainda é uma das mais amadas do povo italiano. Tanto que, no ano passado, a casa automobilistica lançou uma Cinquecento moderna e cara. Um sucesso de novo.

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